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20 de dez. de 2014

SANTA CASA DA MISÉRIA E DISCÓRDIA – COMO SEMPRE




Mais uma vez, COMO SEMPRE, desde tempos remotos, a situação de penúria da nossa Santa Casa de Miséria e Discórdia vem à baila e nem podemos dizer que a bola da vez  é determinado problema, pois, da mesma forma, COMO SEMPRE, o assunto é o estado de coma financeiro profundo e irremediável  em que ela se encontra, COMO SEMPRE.

COMO SEMPRE, as únicas funções sociais da instituição continuam sendo a de cabidão de empregos, bem como a de saco sem fundo, literalmente, sendo que não há dinheiro que chegue para  sustentar uma estrutura tão retrógrada e obsoleta, ineficiente, dispendiosa e onerosa, mais a serviço da politicagem do que de prestação de assistência médica, efetivamente -  quantos políticos dela se beneficiaram para realizações das aspirações de obterem, de alguma forma, uma vaguinha, ou no executivo ou no legislativo – e que, consequentemente, a deixa sempre sem fundos, COMO SEMPRE.

A questão é que a população não perca seu tempo rezando para que a Santa Casa se recupere e sobretudo, deixe de contribuir, de alguma forma, com qualquer ajuda que seja, em dinheiro, com doações de materiais ou bens.

Aliás, pedir esmolas para ajudar a Santa casa chega a ser indecente.

Neste sentido, estaríamos, sim, tão somente alimentando o dragão devorador de recursos  abundantes, porém, sempre muito mal administrados, COMO SEMPRE.

Importante lembrarmos que durante a gestão municipal anterior, 2009/2012, da maneira mais obscura  possível, a Santa Casa de Miséria e Discórdia  tomou junto a dois bancos privados, empréstimos milionários, oferecendo como garantia, inclusive, repasses do SUS e o resultado foi que todo o dinheiro desapareceu como uma gota d’agua num oceano, restando para a prefeitura que fez a bobagem incompreensível de intervir na entidade, o pagamento de muitas parcelas vincendas, sem contar com a volta absurda de funcionários  para a administração que, em qualquer empresa de responsabilidade, teriam sido demitidos por justa causa e nunca beneficiados com reintegração.

Extremamente necessário é que a população, que tem direito à saúde garantido pela Constituição Federal, saia às ruas exigindo das autoridades da administração municipal e políticos medidas efetivas e inteligentes para sanar a situação precária em que se encontra o sistema de saúde.

Há quem diga que falar é fácil, mas o problema é muito mais complexo do que se imagina, COMO SEMPRE.

Desculpa deslavada e que já não deve ser aceita de forma alguma, pois, ao contrário, a solução sim, é mais simples do que se imagina, bastando para tanto, tão somente vontade e, sobretudo, coragem.

Nossa atual administração municipal tem o recurso financeiro que é o que ela repassa mensalmente para sustentar o elefante branco, tem estrutura médica, com profissionais habilitados e concursados, tem estrutura física e equipamentos e como toda a população sabe muito bem, diversos espaços alugados pela cidade, aliás muitos espaços alugados pela cidade, onde poderiam estar funcionando centros especializados, ambulatórios e muito mais, ao invés de fundo social, centro de zoonoses, casa do agricultor, que não prestam nenhum serviço de relevância para o município e o mais importante do que tudo, a prefeitura tem obrigação legal de prestar os mesmos serviços básicos que hoje a Santa Casa vem prestando aos trancos e barrancos, ora com a internação interditada, ora com impedimento de atender  gestantes em trabalho de parto, ora com lavanderia e refeitório impossibilitados de funcionarem e frequente falta de médicos.

Nossa atual administração municipal tem mão de obra mais do que suficiente para trabalhar nesta nova estrutura de sistema de saúde, esta com o quadro de funcionários transbordando, tanto que sobra gente até para transportar pessoas para passeios turísticos e clientes de advogados para exames periciais em processos particulares e até para confeccionar enfeites de natal, COMO SEMPRE.


AH! – abundância de funcionários públicos, sobre este assunto merece abrirmos um parênteses;

Vamos recordar que um concurso público realizado em 2010 para suprimento de algumas vagas aprovadas, até hoje vem rendendo empregos para quem dele participou, pessoas classificadas além do trigésimo e até do octogésimo lugar foram convocadas para assumir algum cargo.

Curiosamente, para uma das funções do fatídico concurso em que o número de vagas era apenas  1 (Uma), a segunda colocada foi admitida para o cargo antes da primeira classificada.

E como se não bastasse o citado concurso que vem inflando o quadro de funcionários até hoje, ainda temos uma quantidade enorme de navegantes que chegam para aportarem nos diversos setores  da prefeitura por meio de um dos TRES RIOS, alguns com concurso meia boca e outros até sem concurso mesmo, afinal parece que concurso aqui no nosso sítio é só mesmo pura formalidade, só para inglês ver, COMO SEMPRE.


Vamos deixar essa pouca vergonha secundária de lado e retornar à pouca vergonha principal;

Com toda a estrutura que a prefeitura possui, porém, notadamente muito mal aproveitada, poderia deixar de depender da Santa Casa de Miséria e Discórdia, aproveitando dela, importante salientar, tão somente os bons profissionais, aqueles dedicados e cumpridores de suas responsabilidades – todos nós sabemos que o corpo de enfermagem da entidade, por exemplo, é de uma qualidade excepcional e inquestionável e que acabam saindo prejudicados em detrimento de outros que nada produzem, COMO SEMPRE.

Outro fator sumamente importante nesta empreitada, logicamente, é a coragem referida anteriormente, pois, teria o senhor administrador do município, fundamentalmente, que se desconectar dos políticos de carreira, o que poderia acarretar perda de apoio no legislativo, mas, que seria compensada com o suporte, com a ajuda, com a proteção mais importante que existe, justamente a do povo.

Concluindo, esta tarefa de sanar o problema de saúde pública depende, numa primeira etapa, exclusivamente da população a qual se não se manifestar de forma rigorosa pelos seus direitos, cobrando com vigor medidas eficazes das autoridades públicas, permanecerá sofrendo as consequências eternamente.


Portanto, saia às ruas para manifestar-se, poste-se diante do prédio da prefeitura com cartazes e aparelhos sonoros, bata tambores, pratos, exija seus direitos, tire o prefeito de sua zona de conforto, cobre satisfações, foi para isso que o elegemos como dirigente da empresa que é de todos nós, cidadãos, o MUNICIPIO.

Não é favor, é dever da prefeitura municipal prestar serviços de saúde de qualidade para a população.

Não devemos cobrar dos vereadores solução para o problema da saúde pública, não é da alçada dos mesmos esta atribuição, a eles cabe exclusivamente fiscalizar as ações e as contas do executivo, para que não se permita gastos ilegais, excessivos, desnecessários o que se assim o fizessem já estariam contribuindo substancialmente para uma administração de excelência.

DAR ESMOLAS PARA SANTA CASA É UMA PRATICA QUE NUNCA IRÁ RESOLVER PROBLEMA ALGUM, COMO SEMPRE, NÃO INCENTIVE ESTA AÇÃO.

3 de dez. de 2014

CORRUPTOS E TRAIDORES




Este texto foi extraído foi publicado por: LUIZ FLÁVIO GOMES no blog do JusBrasil e todo brasileiro devia lê-lo para que os políticos que há muito não nos representam tomem consciência do que estão fazendo com nosso país.


""Diante de escândalos tsunâmicos como o da Petrobra$, que desnudam em toda sua inteireza o lado canalha de alguns membros da classe dominante (a canalhice, de qualquer modo, não é apanágio exclusivo dessa classe), uma das coisas que mais impressionam é o discurso legitimador da canalhice (sobretudo quando ela é engendrada por uma poderosíssima organização criminosa), verbalizado de forma plácida e diáfana, para não dizer macunaímica (herói malandro), no sentido de que a corrupção (a sonegação, o malfeito, a malandragem) se trata de algo “natural”, “comum”, algo enraizado na “tradição” e nos “costumes” do povo brasileiro. Lula, em 1995, quando eclodiu o mensalão do PT (depois do mensalão do PSDB), reagiu (em Paris) dizendo que todos os partidos políticos fazem caixa 2; a corrupção é coisa da “nossa cultura” (José Eduardo Cardozo); “Não há no Brasil um gestor público que não tenha um processo” (Dalva Dias, PDT-SC). 

02. Nunca antes neste país se tornaram tão necessários dois esclarecimentos: (a) a corrupção não é apenas um problema individual (pessoal, ético), mas é, antes de tudo, isso; (b) a corrupção, sobretudo daqueles que dominam/governam a nação, é uma canalhice maligna de magnitude hecatômbica porque afeta também (1) o mercado e a economia (mascara a concorrência e bilhões de reais são desviados do crescimento do país), (2) a política e a democracia (tornando-a ilegítima), (3) a Justiça e o império da lei (assim como a força das instituições) assim como (4) a própria sociedade (canaliza a riqueza para os mais ricos e desmorona o chamado “capital social”, fundado na confiança necessária para o bom funcionamento societal). 

03. Das nefastas consequências da corrupção (para a economia, política, império da lei e sociedade) vamos cuidar em outro artigo. Dela, como problema, desde logo, individual (ético), vamos tratar em seguida, pedindo licença para revisitar algumas noções elementares de ética e de moralidade transmitidas pelos professores da área. Triste e degenerada é a sociedade em que um político ou administrador público afirma que o malfeito e a corrupção é coisa de “todo mundo”, é da tradição, dos costumes. Para começar: não é verdade que “todo mundo” seja corrupto. Toda época tem sua estrutura moral (Aranguren), ou seja, suas pautas de conduta, seus ideais, seus fins, seus valores. A vida, ainda que marcada por debates e embates, não pode se desconectar de algumas margens limitadoras, sob pena de se embrenhar para o mundo da corrupção, do mau-caratismo, da malandragem, da desonestidade, enfim, da falta de moral (e de ética). Em nenhum instante da nossa vida, mas sobretudo quando participamos da vida política da cidade ou do país (da “polis” ou da res pública), podemos admitir a mancha ou a mácula do mau-caratismo, do canalhismo. 

04. A corrupção é generalizada no nosso país (isso é verdade: FHC, por exemplo, admitiu numa entrevista à Folha que houve corrupção para aprovar a Emenda da Reeleição, em 1996), mas nem todo mundo é corrupto (Renato J. Ribeiro); de outro lado, ninguém é obrigado a se sujeitar a padrões nitidamente podres ou canalhas (recorde-se que um dos sentidos da palavra corrupção é descrever um fruto podre). Ao “clube” dos empreiteiros (para se citar um exemplo), que agora andam dizendo que foram “extorquidos”, faltou precisamente uma postura ética firme contra a tradição, o costume, a cultura. Por força da ética, não somos obrigados a seguir os costumes imorais (a canalhice) enraizados em algumas práticas econômico-financeiras, por exemplo, muito menos na tradição política imoral do nosso País. Existiria por acaso alguma força sobrenatural com poder para levar a maioria dos agentes econômico-financeiros, políticos e públicos (há exceções, claro) a se comportarem (quase sempre) de maneira irregular? Não. 

05. Todas as vezes que nos deparamos com uma tradição ou costume ou com uma ordem externa, devemos prestar atenção no seu conteúdo e na sua natureza. Não podemos concordar muito menos praticar a canalhice. A Ética diz respeito ao foro interno da nossa vontade (e liberdade). Somos livres (em geral) para decidir pelo bem ou pelo mal (pelo certo ou pelo errado – veja Savater). Podemos dizer “sim” ou “não” (veja Octávio Paz). O preço que pagamos por contarmos com essa liberdade é a responsabilidade. Pelos atos que praticamos devemos ser sempre responsáveis. E nesse caso nem a ordem externa nem a tradição nem os costumes nos absolve. Nós, seres humanos, somos distintos dos animais (das plantas e dos minerais) porque contamos (dentro de certas medidas) com o que se chama liberdade (ainda que condicionada, mas liberdade). O ato de corromper ou de ser corrompido (que é uma canalhice) é fruto dessa liberdade, por isso que a corrupção é, antes de tudo (mas não somente), um problema ético e moral. Se cada um de nós elevássemos o padrão ético (como os suecos fizeram em 1841, por exemplo), teríamos (com certeza) menos corrupção e menos violência no país""


E para que as pessoas não digam que não tem conhecimento das coisas, a internet está aí para ajudar, então pesquisem, investiguem seus representantes, cobrem, façam com que trabalhem para voces e não para eles próprios ou seus amigos mais próximos, é nosso direito e mais que tudo é nosso dever de cidadão.