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20 de dez. de 2015

RETRATO DA CIDADE


Outrora, este portal simbolizava uma das belezas com as quais a estância prometia fascinar o turista que o atravessasse.

Quão fotografada foi esta majestosa obra que desde sua inauguração recepcionou o turista com encantamento.

Tempo saudoso que hoje não passa de uma triste lembrança.

Atualmente, a estrutura medíocre em que se transformou não representa absolutamente mais nada senão um verdadeiro monumento a uma crônica falta de competência administrativa, a pouca vergonha, ao desperdício, à absoluta falta de idéias, ao desrespeito, ao descaso, ao desmando, enfim, a tudo de mais nocivo, em todos os sentidos da palavra, que se pode promover em uma administração pública no que se refere a aplicação do dinheiro público.

Prefeito significa chefe da administração, ou seja, aquele cuja função é a de dirigir os negócios públicos, gerir bens.

Não temos um prefeito ocupando o gabinete do chefe do executivo no edifício 28 de Fevereiro.

Temos, sim, uma chicana não só obstando o desenvolvimento da cidade como também dilapidando seus parcos recursos.

Um verdadeiro coveiro preparando a tumba para enterrar o cadáver da cidade.

Não é sem motivo que em algum momento somos noticiados de que alguém que já exerceu o cargo de prefeito prestou, está prestando ou prestará serviços no cemitério local.

Desde aquele prefeito criador do famigerado residencial que se encontra na iminência de ser demolido, passando por outro que presenteava seus vassalos com vales combustível e acabou sendo despojado do poder, outro que deixou uma herança nefasta para o município, até esta criatura que temos hoje, que já foi ex, já foi vice, uma prova cabal e científica de que não temos opção, são sempre os mesmos e quando não, os descendentes deles ocupando algum cargo público-político, o que fatalmente vem nos condenando aos infortúnios que agora nos assolam, a nós e à cidade.

Desde o início desta administração pública não  temos vislumbrado nada que tenha contribuído para o desenvolvimento do município e muito menos para o bem estar da sua população.

Ao contrário e como se não bastasse o símbolo da cidade totalmente descaracterizado de sua arquitetura colonial e abandonado à sorte das intempéries e das possíveis ações de vandalismo, ainda estamos sendo impingidos a conviver com a falta de recursos financeiros, praças públicas, áreas de lazer e pontos turísticos degradados, sujos e mal conservados, educação precária, saúde falida, exemplo, a Santa Casa local sobrevivendo, vergonhosamente, de esmolas.

A única ação da qual o prefeito pode se vangloriar é a de ter abarrotado o quadro de funcionários públicos com servidores nomeados sem nenhum critério e necessidade, transformando a cidade mais pobre de toda a bacia do Tietê em um vergonhoso e escandaloso cabidão de empregos.

Será que este prefeito não sente nenhum tipo de constrangimento?

Será que ainda existe nele o descaramento de intentar concorrer às próximas eleições no ano vindouro?

Será que teremos novamente o desgosto de observarmos, impotentes, mais de sete mil votos sendo literalmente jogados no lixo?

Ironicamente, ainda temos que lembrar da reunião promovida pelo prefeito e seus apaniguados da secretaria de turismo, nas dependências de um dos salões de propriedade da igreja tocadora daqueles malditos sinos azucrinantes, para apresentação do utópico e irrealizável, então enganoso, porém espetaculoso projeto turístico.

Foi só outro delírio dispendioso que sangrou ainda mais os minguados recursos financeiros da tão depauperada comunidade.

Importante observar que o prazo para o término e entrega de mais esta obra inútil e inconsequente já expirou.

 
2016 está se revelando um ano de dificuldades dolorosas com falta de crescimento econômico, aumento da inflação e dos juros e, sobretudo, do desemprego.

Não precisamos nos esforçar nenhum pouco para concluirmos que os repasses de recursos financeiros para o município serão escassos, podendo comprometer de forma rigorosa a dívida mais custosa e onerosa da administração, sua folha de pagamento.

Se os governos do Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro já não estão conseguindo pagar salários, estes são alguns exemplos notáveis, imaginem nossa pobre cidade com seu imenso e pesado cabide de empregos.

Não devemos ter o mínimo de expectativa de vermos esta obra concluída a qual, fatalmente, terá como destino o mesmo da inútil construção abandonada no Parque das Nascentes do Tietê, porém, com o agravante de se tornar um imenso criadouro do mosquito causador de dengue, chicungunya, zica virus e Guilain Barre, já que o prefeito incluiu no projeto a construção de vários espelhos d'água.



Por força dos últimos ventos ocorridos no município e que derrubaram os tapumes que camuflavam a pouca vergonha, o produto turístico encontra-se aberto à visitação pública, até que algum puxa saco do prefeito corra para esconder novamente o embuste.



Com certeza, o que antes encantava o visitante pela sua beleza agora vai espantá-lo de horror.

Diante de tanto descalabro, nossos vereadores, os quais tem como uma das principais atribuições a de fiscalizar os atos do executivo...