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22 de jan. de 2012

Diálogo póstumo do cidadão João: criminoso depois de morto! Ah, se fosse em Salesópolis...


Vendo o resultado “final” da obra em frente à escola Olga Chakur Farah (foto), João, que morreu em Biritiba Mirim no tempo em que se era literalmente “proibido” (por lei) morrer nessa cidade (porque não havia mais vagas no cemitério), conversando com um amigo que também jazia, pensou e disse:

- Antes tivesse segurado um pouco e morrido em Salesópolis!

- Por que João? qual a diferença? morreria de qualquer jeito...morte é morte...

- Como assim qual a diferença? Tendo morrido em Biritiba sou considerado hoje, depois de morto, um criminoso porque violei a lei que dizia ser proibido morrer...

- Está certo, mas e se fosse em Salesópolis? E se lá também não houvesse mais vagas no cemitério e também fosse proibido morrer?

- Ah sim, mas se essa obra em frente à escola Olga já tivesse terminada, com certeza dariam um jeito de me enterrar em alguma daquelas novas catacumbas. Coisas de primeira por falar nisso! Pois tenho certeza que não incriminariam assim um homem inocente como eu. Sim inocente! Eu juro, não queria mesmo morrer!

- Mas João, essas novas catacumbas não me parecem que sejam para qualquer um. Deve ser coisa só para morte de rico, da “elite”. Conforme-se, você é mesmo um criminoso depois de morto.