Quem em sã consciência emprestaria
dinheiro para a Santa Casa de Misericórdia Frederico Ozanan, uma instituição
pessimamente administrada por sucessivos gestores ineptos e notadamente, em
frequente situação de insolvência.
Empresas com balancetes muito menos
aterrorizantes que os da Santa Casa de Misericórdia Frederico Ozanan teriam uma
dificuldade imensa em obter empréstimos junto às instituições financeiras que,
especialmente no Brasil, são consideradas rigorosíssimas em suas análises para
liberação de créditos.
E o inexplicável aconteceu.
Em dezembro de 2010 a Santa casa de
Misericórdia Frederico Ozanan adquiriu um empréstimo na modalidade Capital de
Giro no valor de R$ 100.638,25, para ser liquidado em uma única parcela no
valor de R$ 105.054,89, já acrescida dos encargos correspondentes, no dia
20/02/2011 e garantido por avalista, neste caso os Srs. Osni Cardoso, na
qualidade de Auxiliar de Escritório e Valdir de Faria Junior como Chefe
Intermediário.
Abrimos aqui um parêntese para chamar
a atenção sobre o significado da palavra “Avalista”;
-Pessoa que dá sua garantia em
favor de terceiro, mediante assinatura em documento de crédito (Nota
Promissória, Título Cambial, etc.).
-Pessoa que se responsabiliza por
compromissos de outrem (um fiador, por exemplo).
Voltando ao relato, ao final do
prazo estabelecido para a liquidação da dívida o desfecho que se observou foi a
ocorrência de um fato tão lógico, óbvio e previsível quanto multiplicar o
número 2 por 2 e obter como resultado o número 4, “INADIMPLÊNCIA”.
Provavelmente, tomados pela cor
laranja de tanto pavor pela obrigação de terem que responder pela falta de
pagamento com seus bens pessoais, os Srs. Avalistas, Osni Cardoso e Valdir de
Faria Junior não tiveram outra alternativa senão a de pleitear um outro
financiamento o que deu origem a uma sequência de empréstimos de valores que
aumentavam substancialmente na medida em que um novo contrato era firmado – R$
100.000,00 em 22/02/2011, R$ 200.000,00 em 11/04/2011 - tudo para tapar um rombo
que crescia descontroladamente, culminando com um último no valor de R$
650.000,00 (Seiscentos e cinquenta mil reais).
Até antes dos R$ 650.000,00 terem
sido tomados, para nós cidadãos, não havia nada que aparentemente pudesse
preocupar já que os empréstimos estavam sendo garantidos por avalistas e com
seus respectivos patrimônios pessoais, assim como não nos interessava saber
para qual saco sem fundo o dinheiro estava sendo destinado.
Porém, para a obtenção deste novo
empréstimo foi oferecido como garantia não mais os avais dos Srs. Osni Cardoso
e Valdir de Faria Junior e sim, nada mais, nada menos do que “A CESSÃO DE
CRÉDITO QUE A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA FREDERICO OZANAN DETINHA JUNTO AO
MINISTÉRIO DA SAÚDE EM RAZÃO DE SERVIÇOS PRESTADOS OU QUE VIESSEM A SER
PRESTADOS NO FUTURO”.
É do conhecimento de todos o fato
de que atualmente, a massa quase falida que restou da instituição Santa Casa de
Misericórdia Frederico Ozanan está sob intervenção administrativa da Prefeitura
Municipal que tem como compromisso a árdua e quase impossível missão de salvá-la
de um final derradeiro, agora com mais a pendencia deste vultoso empréstimo
agravando de forma considerável a sua já tão debilitada condição financeira.
Dessa forma cumpre-nos exigir das
autoridades municipais esclarecimentos sobre a viabilidade de se assumir este
passivo imenso e que consequências esta empreitada temerária poderá acarretar
para o nosso município empobrecido e seus cidadãos, sobretudo no que diz
respeito à saúde pública, com o comprometimento de parte do valor repassado
pelo SUS que quando integral já se revelava insuficiente.
A Santa Casa não está prestando
nenhum favor à população que a ela recorre para atendimento e tratamento médicos,
pois, recebe recursos financeiros do governo federal por meio dos SUS
especificamente para esta finalidade, então, comprometer parte destes valores
para pagamento de financiamentos não vai tornar os serviços ainda mais
precários do que temos observado nestes últimos tempos?
Dia 05/08/2013, próximo, quando
será realizada a primeira seção ordinária após o recesso legislativo, estaremos
cobrando dos senhores vereadores, Claudinei, Paulo Arouca e Deise Duque, não só
esclarecimentos sobre os empréstimos da Santa Casa como também sobre a
decretação de situação de emergência na cidade, no ano de 2010, a contratação
da Construtora DEMOP e da vereadora Sandra Regina de Assis, explicações sobre a
utilização de veículos públicos para serviços particulares.
DEVEMOS FICAR ATENTOS PARA AS
SEMELHANÇAS QUE NÃO ESTÃO PARECENDO SER MERAS COINCIDÊNCIA
Câmara municipal
aprovando contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas, veículos públicos sendo
utilizados para serviços particulares, ninguém querendo falar sobre assuntos obscuros,
enfim, a história se repetindo.