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2 de ago. de 2013

O INSÓLITO


Quem em sã consciência emprestaria dinheiro para a Santa Casa de Misericórdia Frederico Ozanan, uma instituição pessimamente administrada por sucessivos gestores ineptos e notadamente, em frequente situação de insolvência. 
Empresas com balancetes muito menos aterrorizantes que os da Santa Casa de Misericórdia Frederico Ozanan teriam uma dificuldade imensa em obter empréstimos junto às instituições financeiras que, especialmente no Brasil, são consideradas rigorosíssimas em suas análises para liberação de créditos.
E o inexplicável aconteceu.
Em dezembro de 2010 a Santa casa de Misericórdia Frederico Ozanan adquiriu um empréstimo na modalidade Capital de Giro no valor de R$ 100.638,25, para ser liquidado em uma única parcela no valor de R$ 105.054,89, já acrescida dos encargos correspondentes, no dia 20/02/2011 e garantido por avalista, neste caso os Srs. Osni Cardoso, na qualidade de Auxiliar de Escritório e Valdir de Faria Junior como Chefe Intermediário.
Abrimos aqui um parêntese para chamar a atenção sobre o significado da palavra “Avalista”;
-Pessoa que dá sua garantia em favor de terceiro, mediante assinatura em documento de crédito (Nota Promissória, Título Cambial, etc.).
-Pessoa que se responsabiliza por compromissos de outrem (um fiador, por exemplo).
Voltando ao relato, ao final do prazo estabelecido para a liquidação da dívida o desfecho que se observou foi a ocorrência de um fato tão lógico, óbvio e previsível quanto multiplicar o número 2 por 2 e obter como resultado o número 4, “INADIMPLÊNCIA”.
Provavelmente, tomados pela cor laranja de tanto pavor pela obrigação de terem que responder pela falta de pagamento com seus bens pessoais, os Srs. Avalistas, Osni Cardoso e Valdir de Faria Junior não tiveram outra alternativa senão a de pleitear um outro financiamento o que deu origem a uma sequência de empréstimos de valores que aumentavam substancialmente na medida em que um novo contrato era firmado – R$ 100.000,00 em 22/02/2011, R$ 200.000,00 em 11/04/2011 - tudo para tapar um rombo que crescia descontroladamente, culminando com um último no valor de R$ 650.000,00 (Seiscentos e cinquenta mil reais).
Até antes dos R$ 650.000,00 terem sido tomados, para nós cidadãos, não havia nada que aparentemente pudesse preocupar já que os empréstimos estavam sendo garantidos por avalistas e com seus respectivos patrimônios pessoais, assim como não nos interessava saber para qual saco sem fundo o dinheiro estava sendo destinado.
Porém, para a obtenção deste novo empréstimo foi oferecido como garantia não mais os avais dos Srs. Osni Cardoso e Valdir de Faria Junior e sim, nada mais, nada menos do que “A CESSÃO DE CRÉDITO QUE A SANTA CASA DE MISERICÓRDIA FREDERICO OZANAN DETINHA JUNTO AO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM RAZÃO DE SERVIÇOS PRESTADOS OU QUE VIESSEM A SER PRESTADOS NO FUTURO”.
É do conhecimento de todos o fato de que atualmente, a massa quase falida que restou da instituição Santa Casa de Misericórdia Frederico Ozanan está sob intervenção administrativa da Prefeitura Municipal que tem como compromisso a árdua e quase impossível missão de salvá-la de um final derradeiro, agora com mais a pendencia deste vultoso empréstimo agravando de forma considerável a sua já tão debilitada condição financeira.
Dessa forma cumpre-nos exigir das autoridades municipais esclarecimentos sobre a viabilidade de se assumir este passivo imenso e que consequências esta empreitada temerária poderá acarretar para o nosso município empobrecido e seus cidadãos, sobretudo no que diz respeito à saúde pública, com o comprometimento de parte do valor repassado pelo SUS que quando integral já se revelava insuficiente.
A Santa Casa não está prestando nenhum favor à população que a ela recorre para atendimento e tratamento médicos, pois, recebe recursos financeiros do governo federal por meio dos SUS especificamente para esta finalidade, então, comprometer parte destes valores para pagamento de financiamentos não vai tornar os serviços ainda mais precários do que temos observado nestes últimos tempos?
Dia 05/08/2013, próximo, quando será realizada a primeira seção ordinária após o recesso legislativo, estaremos cobrando dos senhores vereadores, Claudinei, Paulo Arouca e Deise Duque, não só esclarecimentos sobre os empréstimos da Santa Casa como também sobre a decretação de situação de emergência na cidade, no ano de 2010, a contratação da Construtora DEMOP e da vereadora Sandra Regina de Assis, explicações sobre a utilização de veículos públicos para serviços particulares.
DEVEMOS FICAR ATENTOS PARA AS SEMELHANÇAS QUE NÃO ESTÃO PARECENDO SER MERAS COINCIDÊNCIA
Câmara municipal aprovando contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas, veículos públicos sendo utilizados para serviços particulares, ninguém querendo falar sobre assuntos obscuros, enfim, a história se repetindo.