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4 de jun. de 2012

TRIBUNA LIVRE

FATO REAL

Aconteceu entre um grupo de jovens participantes de um programa de intercambio cultural na
Austrália, todos amigos já de meses de convivência.

Num almoço de confraternização, um momento de total descontração uma estudante suiça
deixou cair sua carteira no chão.

Prontamente e num ato de gentileza o estudante brasileiro, alias, único brasileiro do grupo ,
abaixou-se, pegou a carteira e a levou às mãos da estudante suiça, a qual, com os olhos
arregalados tomou-a do estudante brasileiro, conferiu, aflita, o conteúdo da mesma e retirou-
se, furiosa, deixando o estudante brasileiro constrangido diante do restante do grupo.

Essa é a imagem que o Brasil tem lá fora, esse é o conceito que o estrangeiro tem sobre o
brasileiro lá fora.

E é realmente desta forma que somos vistos no exterior, como ladrões perigosos prontos
para aproveitar uma oportunidade, ao contrário do que se vê na televisão ou que se ouve do
governo sobre o sucesso do Brasil, atualmente, como um país emergente.

Também pudera, com a globalização da comunicação, é sabido que o que acontece neste
momento aqui no Brasil, já está sendo visto até no interior mais remoto do planeta.

Corrupção, desvios milionários de verbas públicas em estatais, ministros caindo semanalmente
por envolvimento em escândalos, formações de quadrilhas nas altas esferas federais, com
estruturas tão imensas que fazem de Fernandinho Beira-Mar, Pablo Escobar e Al Capone
insignificantes ladrões de galinha, números alarmantes, de país subdesenvolvido mesmo, de
mortes infantis, mortes maternas, evasão escolar, analfabetismo, pobreza, trabalhos escravo e
infantil, desmatamento, depredação da flora e fauna, roubos, furtos, latrocínios, assassinatos
com números de mortos maiores do que o de países em guerra ou conflito civil.

Enfim, tudo de mais nocivo possível para a nação e para a sua população.

E o que está acontecendo no nosso município de Salesópolis, atualmente, é uma fração que,
somando-se ao que acontece nos município vizinhos, no estado, nos estados vizinhos, nos
municípios desses estados, vem lançar o Brasil nesta condição de país mal visto, perigoso,
atrasado, indecente e de muitos outros adjetivos pejorativos que se formos elencar levaremos
dias.

Tanto no âmbito do legislativo como no do executivo, vereadora utilizando carros públicos
da saúde para passear com amigos irresponsáveis, suspensa de suas atividades na câmara
somente para acalmar os animos da população revoltada e que volta após dois meses de
punição como se nada tivesse acontecido para receber novamente seus poupudos subsídios,
três mil e poucos reais, dinheiro este pago com os impostos escorchantes cobrados dos
cidadãos honestos.

Assim como nunca fez nada de útil e interessante para o município durante todo o seu tempo
de mandato, tambem nunca , se quer, teve o bom senso de ocupar a tribuna para desculpar-se
do crime que cometeu, e o pior, como corregedora da casa.

Volta agora com a mesma arrogância com a qual bateu no peito para, em tom de desafio,
afirmar que utililizou, sim, veículos públicos, com a autorização do prefeito e daí?

Vereador que no exercício da presidencia da casa, limpa, sorrateiramente, a barra do vice-
prefeito envolvido em recebimento illegal de verbas públicas, tambem com o conhecimento
do prefeito, durante anos.

Foi este mesmo vereador que após financiar almoço para politicos de outro município, bem
como para o seu motorista, para ressarcir-se do valor gasto, valor este, diga-se de passagem,
escandalosamente desproporcional à pobreza do município, mente e compromete seus pares,
os quais são submetidos a constrangimentos diante dos cidadãos e da promotoria pública
quando convocados para responder sobre o que nem imaginavam ter acontecido.

E o desgoverno segue com obras superfaturadas, abandonadas, inúteis, escandalosas, até
com parte em município vizinho, sistema de saúde precário, pouco caso com a educação,
sobretudo com os professores, desobediência às leis e até à Constituição, dívidas gigantescas
com a companhia de luz, companhia telefônica, fornecedores, funcionários, chegando ao
absurdo de atrasarem o repasse das pensões alimentícias para os beneficiários, o que constitui
crime de apropriação indébita, passível de prisão, contratos ilegais, utilização irregular de
recursos recebidos dos governos estadual e federal, equipamentos públicos abandonados,
deteriorando-se em propriedades particulares na area rural, e outros municípios, o engodo da
Rota Dória, a utopia do cambuci, guias sendo colocadas em ruas num dia e retiradas noutro
pois houve engano, como aquele ponto de onibus num lugar onde não irá passar onibus
nunca.

Não houve engano também com a obra da nascente do Tietê, ao invés de construí-la na
Estrada da Petrobras, como determinava o projeto, acabaram construindo em Paraibuna?

E o cemitério que foi parar na frente de escolas, apostilas de ingles se não há ingles na grade
curricular? - e muito, muito mais, que vergonha.

Dez minutos para dizer as coisas positivas, é tempo demais.

Para dizer as coisas negativas, dez dias não seriam suficientes.

Diante de tanto descaso, ainda temos que observar calados que muitos dos nossos
vereadores, eleitos para nos representar e fiscalizar os atos do poder executivo e seus
secretários, nada fazem senão limitarem-se a dar nomes de praças, ruas, pedir colocação
de lampada na rua, instalação de lombadas e, pior, prestando homenagens absurdas e
totalmente descabidas para vice-prefeito, fundamentados nos motivos mais fúteis e idiotas
que se possa imaginar.

Muito longe da democracia, o Brasil está mais para plutocracia, hiprocrisia e anarquia.

Se não fizermos nada para mudar esta condição, continuaremos retrocedendo no tempo,

passaremos pela Santa Inquisição, até chegarmos na era das cavernas.

Vamos refletir muito, analisar bem, pensar bastante, para escolhermos nossos representantes
nestas próximas eleições.

Esta será a oportunidade de darmos o primeiro passo para essa mudança.

Vamos nos preparar para ver com que caras estes politicos se apresentarão para esmolar
nossos votos, vamos lembrá-los da forma insolente como respondiam nossas indagações ao
final de cada seção ordinária.

Está chegando a hora de retribuirmos à altura a banana que os politicos nos dão depois que o
elegemos.

Se hoje a urna eletrônica é vista como uma máquina de lavar a sujeira de uma legislatura que
termina para dar início a outra que provalvelmente virá a ser mais imunda ainda do que a
anterior, vamos transformá-la em uma arma importante nesta guerra contra a corrupção.

Nesta oportunidade, é muito interessante observar que devemos nos empenhar para que
vereadores, deputados estadual e federal e senadores não possam exercer mais do que dois
mandatos, consecutivos ou alternados e a urna eletrônica pode nos dar essa possibilidade,
caso o legislativo nunca venha aprovar uma lei neste sentido, o que é claro, nunca o fará.

NILTON ROLAND

04/06/2012